Tão inteligente quanto revolucionária. Tão deslumbrante quanto arrebatadora. Assim é O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller. Mesmo passado duas décadas após seu lançamento.
Em contraponto a condição física de sua criação, Frank Miller estava no auge de suas capacidades artísticas quando desenvolveu o texto com uma narrativa tensa e frenética, que é de uma ousadia impressionante. Não somente pelo número de personagens que se interpõem, somando com seus pareceres e enriquecendo a trama, nem apenas pelo ritmo intenso e que jamais deixa espaço para fôlego, mas, também, por incluir a influência da mídia de forma a enaltecer e endemoninhar o vigilante mascarado que protege a cidade, em debates que valem cada palavra, sejam estas para o bem ou para o mal. Proporcionando aos acontecimentos ficcionais tamanha verdade que chegam ao extremo de fazer o espetáculo parecer crível, como se os quadros narrassem fatos históricos documentados por testemunhas oculares. De quantas obras pode-se falar isso? Sensação assim, só mesmo uma obra prima é capaz de provocar. Mas é de uma obra prima que estamos falando. Uma obra que rompeu preceitos e dissipou preconceitos em uma era onde ler quadrinhos era coisa de criança, permitindo aos fãs de banda desenhada (ainda se usa este termo?) questionar com soberba: "Você NÃÃÃÃO LEEEU O Cavaleiro das Treeeevas?!". Sacudindo a cabeça e caprixando na expressão de espanto quando diante de uma negativa: "Tsc Tsc Tsc".
Extremos são encontrados em cada virada de página. Armas não são mero enfeite e atiram pra valer. Vilões encontram a morte, e de forma definitiva, quando em confronto com seu oposto. Assassinatos em massa exibido em rede nacional ETC. Tudo em uma leitura que leva a reflexão:
"E se em nossa realidade existissem super humanos e também pessoas com