25 de junho de 2012

LINKIN PARK: Living Things

O álbum remonta ao início da banda, mas não é um retrocesso!

Quando publicada a matéria que anunciava o lançamento do novo álbum, Living Things, houve preocupação quanto a insistência dos integrantes em afirmar que este remonta ao que a banda fez em seu inicio de carreira. Objetivamente falando: os dois primeiros álbuns (Hybrid Theory e Meteora). Pois revisitar o passado e trazer um álbum novo com a cara dos citados não seria ruim. Longe disso. Seria apenas um retrocesso. E retrocesso não é o que se espera de uma banda que jamais teve medo de ousar, e os integrantes realmente decepcionariam caso cedessem à pressão de quem rejeita a evolução natural sofrida na sonoridade da banda ao longos os anos, e dos álbuns lançados. Mas um simples apertar o play derrubou temores e revelou que a jornada evolutiva é predominante, e foi o caminho escolhido para alcançar o belíssimo resultado deste novo álbum, que, como afirmado anteriormente, é dono de uma dosagem nostálgica que leva direto aos primeiros passos do Linkin Park. Mas tem como real influência seu predecessor A Thousand Suns e, certamente, irá satisfazer aos mais ferrenhos dos fãs (os descontentes quanto ao pouco uso de guitarras pesadas e os não tão constantes, nos dois últimos álbuns, pelo menos, afinados e arrepiantes brados do vocalista principal, Chester Bennington) ao unir o melhor das duas fases. Sim, o álbum traz muito dos dois primeiros passos do Linkin Park, considerado por grande parte dos fãs como a melhor fase da banda, mas sem soar ao nu metal seco e cortante da época, trazendo de volta às canções toda serenidade vocal de Mike Shinoda e a grandiosa loucura de Chester Bennington  em sua melhor performance, adianto.

(((Obs.: Os textos referentes a cada canção foram escritos após o segunda escutada. Dito isso, devido ao calor da emoção, não sou responsável pelo que encontrará a seguir.)))

1. LOST IN THE ECHO
Os arranjos começam, e a primeira influencia captada é do experimental A Thousand Suns. Lost In The Echo traz uma canção de qualidade, mas que não apresenta grandes inovações; seja na interpretação, arranjos ou letra. Mas ela cumpre com a expectativa de uma musica de ação e, em seu terceiro ato, deixa claro que os vocais de Chester estão altos, cortantes e afinados. E você não quer escapar deles.


2. IN MY REMAINS
Gostosa de ouvir, mas melhor ainda é cantá-la. Viajar na interpretação é pouco para alguém que, ao primeiro contato, percebe nesta, a força real do novo álbum. Quando se percebe que Shinoda não está na primeira parte da canção preparando o terreno para Chester assumir os vocais no refrão, é de se estranhar. Mas pouco antes do final o real motivo de sua ausência vem à tona, e Shinoda assume os vocais numa repetição de palavras que, definitivamente, te conquista antes do esperado. É uma participação curta, mas que se não estivesse presentes, faria muita falta. In My Remains é uma séria candidata a melhor canção.

3. BURN IT DOWN
O primeiro single do CD. Esta ja é conhecida do grande público e um sucesso imediato. Dispensa apresentações.

4. LIES GREED MISERY
O "brado retumbante" nunca teve melhor representação que Lies Greed Musery. Escandalosa, penetrante e altamente ensandecida. Você certamente irá a loucura depois da primeira metade.

5. I’LL BE GONE
É uma típica canção trilha sonora, e essa definição leva a certeza do êxito alcançado. Sim, eles alcançaram! Quando se ouve I'll Be Gone pela primeira vez, não se sabe muito o que pensar. Sabe-se apenas que foi tudo muito agradável. Ouça você mesmo e tire suas próprias conclusões.

6. CASTLE OF GLASS
Há algo a mais aqui, e você vai perceber. De tão leve, a canção se faz um carinho na alma. Experimente escutá-la em som ambiente e ela levará sua mente a lugares magníficos. Quando o fizer, você irá compreender.

7. VICTIMIZED
Com o perdão do palavreado: "Poarra... essa vai foder teus miolos, parcearo!" Em contraponto a anterior, foi planejada para ser executada no mais alto nível de decibéis que o som do seu aparelho permitir. Victimized não alcança 120 segundos em sua minutagem, mas é fatal e arrepia a quem estiver ao seu alcance, seja um adorador do estilo ou não.

8. ROADS UNTRAVELED
A melodia serena regida por sinos, inicialmente, fará você pensar que a canção o levará a um sono profundo. Somente até o momento em que surge, quase aos sussurros, uma interpretação hipnotizante de Mike Shinoda, que prepara o terreno para Chester Bennington num refrão surpreendente. Como pode um homem dizer tanto num refrão que possui apenas uma letra? Os vários tons de "Ôõõ... Ôõõ-õ...õõ Ôõõ... Ôõõ-õ...õõ Ôõõ... Ôõõ-õ...õõ" vão levar você a qualquer lugar, menos ao sono. Roads Untraveled é lenta e poderosa!

9. SKIN TO BONE
Inesperada. Uma música que foge ao estilo de tudo o que o Linkin Park fez ao longo de toda a sua existência. Mike Shinoda permite um repouso momentâneo a Chester Bennington e assume os vocais numa performance entorpecente... Viciante. Me arrisco em dizer que esta foi a sua melhor interpretação em toda a sua carreira (inclua a Fort Minor nessa afirmação). A monossilábica crescente ao final do refrão agrada, contagia e se faz arrepiante. Ao final de seu primeiro contato com a canção, você estará repetindo o A-ah-ah e terá uma nova certeza: Skin To Bone não veio para figurar entre um álbum com canções, mas para ser o Single da próxima estação.

10. UNTIL IT BREAKS
A primeira escutada, Until It Breaks levou direto à canção Wretches And Kings do álbum anterior A Thousand Suns, mas soa ao nu metal e é dona de um arranjo seco, cortante, tal qual os dois primeiros álbuns. Por isso, de todas, é a que mais remonta ao passado da banda por seu estilo rap na interpretação. Contudo, não se engane... a influência da experiencia se faz presente.

11. TINFOIL
A única musica instrumental de todo o CD se revela tão fundamental quanto qualquer outra. Não há uma letra ao longo dos ligeiros 62 segundos, mas não duvide do poder que esta possui. Pois Tinfoil evolui numa melodia crescente a.vas.sa.la.do.ra que a torna a mais tocante e emocionante. Ela bate fundo, numa explosão musical que puxa pra fora sentimentos adormecidos enquanto se faz ouvir. Provocando uma turbilhão de sentimentos que crescem de acordo com as notas do teclado e guitarra, e preparam você para a maior canção de todos os tempos já cantada pelo Linkin Park: Powerless.

12. POWERLESS
Ao inicio desta, você está como a banda pretendia: com a emoção a mais de mil pelo instrumental anterior. Eis então que se depara com a mais foda, insuperável e arrepiante de todas as canções. Foda em todas as suas nuances, eles (os integrantes) estavam afinados e inspirados quando pensaram na letra e elaboraram a melodia. Tudo aqui possui força, verdade e alcança o íntimo de quem ouve, de forma a querer viver essa emoção mais e mais vezes. Powerless é, de longe, o momento mais icônico desta nova fase da banda. E os fãs, com real certeza, agradecerão aos responsáveis por não terem deixado um momento de inspiração como este passar. Como resultado deste momento de inspiração, te garanto que, quando o Powerless que dá título a canção se fizer ouvir no grito final de Chester... A emoção vai continuar, e num grau que vai duplicar sua vontade de vivê-la mais uma vez. E então, meu amigo, esteja preparado. Porque você VAI vivê-la!


O álbum tem lançamento previsto
para 26 de Junho de 2012.

5 comentários:

  1. Muito bom trabalho! Disse exatamente tudo!

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    1. Obrigado!
      E saiba que eu tinha muito mais a dizer na época... tamanha era a loucura pela descoberta de casa música. Mas o argumento iria se estender por demais.

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  2. Parábens ao autor desta resenha. Para escrever essas palavras é necessário entender de música.

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    1. Só um pouquinho!
      Obrigado pela presença, e pelas palavras.

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  3. Gostei dessa leitura das músicas, dá pra saber o que se esperar de cada uma delas. E que venha The Hunting Party!

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