Quando publicada a matéria que anunciava o lançamento do novo álbum, Living
Things, houve preocupação quanto a insistência dos integrantes em
afirmar que este remonta ao que a banda fez em seu inicio de
carreira. Objetivamente falando: os dois primeiros álbuns (Hybrid Theory e Meteora). Pois revisitar o passado e trazer um
álbum novo com a cara dos citados não seria ruim. Longe disso. Seria apenas um
retrocesso. E retrocesso não é o que se espera de uma banda que jamais teve medo de ousar, e os integrantes realmente decepcionariam caso cedessem à pressão
de quem rejeita a evolução natural sofrida na sonoridade da banda ao
longos os anos, e dos álbuns lançados. Mas um simples apertar o play derrubou temores e revelou que a jornada evolutiva é predominante, e
foi o caminho escolhido para alcançar o belíssimo resultado deste
novo álbum, que, como afirmado anteriormente, é dono de uma
dosagem nostálgica que leva direto aos primeiros passos do Linkin
Park. Mas tem como real influência seu predecessor A Thousand Suns e, certamente, irá satisfazer aos mais ferrenhos dos fãs (os descontentes quanto
ao pouco uso de guitarras pesadas e os não tão constantes, nos dois
últimos álbuns, pelo menos, afinados e arrepiantes brados do vocalista
principal, Chester Bennington) ao unir o melhor das duas fases. Sim, o álbum traz muito dos dois primeiros passos do Linkin Park, considerado por grande parte dos fãs como a melhor fase da banda, mas sem soar ao nu metal seco e cortante da época, trazendo de volta às
canções toda serenidade vocal de Mike Shinoda e a grandiosa loucura de
Chester Bennington — em sua melhor performance, adianto.
(((Obs.: Os textos referentes a cada canção
foram escritos após o segunda escutada. Dito isso, devido ao calor
da emoção, não sou responsável pelo que encontrará a seguir.)))
1. LOST IN THE ECHO
Os arranjos começam, e a
primeira influencia captada é do experimental A
Thousand Suns. Lost In The Echo traz uma canção de qualidade, mas
que não apresenta grandes inovações; seja na interpretação,
arranjos ou letra. Mas ela cumpre com a expectativa de uma musica de
ação e, em seu terceiro ato, deixa claro que os vocais de Chester
estão altos, cortantes e afinados. E você não quer escapar deles.
2. IN MY REMAINS
Gostosa de ouvir, mas
melhor ainda é cantá-la. Viajar na interpretação é pouco para
alguém que, ao primeiro contato, percebe nesta, a força real do
novo álbum. Quando se percebe que Shinoda não está na primeira
parte da canção preparando o terreno para Chester assumir os vocais
no refrão, é de se estranhar. Mas pouco antes do final o real
motivo de sua ausência vem à tona, e Shinoda assume os vocais numa
repetição de palavras que, definitivamente, te conquista antes do
esperado. É uma participação curta, mas que se não estivesse
presentes, faria muita falta. In My Remains é uma séria candidata a
melhor canção.
3. BURN IT DOWN
O primeiro single do CD.
Esta ja é conhecida do grande público e um sucesso imediato.
Dispensa apresentações.
4. LIES GREED MISERY
O "brado retumbante"
nunca teve melhor representação que Lies Greed Musery. Escandalosa,
penetrante e altamente ensandecida. Você certamente irá a loucura depois da primeira metade.
5. I’LL BE GONE
É uma típica canção
trilha sonora, e essa definição leva a certeza do êxito alcançado.
Sim, eles alcançaram! Quando se ouve I'll Be Gone pela primeira vez,
não se sabe muito o que pensar. Sabe-se apenas que foi tudo muito
agradável. Ouça você mesmo e tire suas próprias conclusões.
6. CASTLE OF GLASS
Há algo a mais aqui, e
você vai perceber. De tão leve, a canção se faz um carinho na
alma. Experimente escutá-la em som ambiente e ela levará sua mente
a lugares magníficos. Quando o fizer, você irá compreender.
7. VICTIMIZED
Com o perdão do
palavreado: "Poarra... essa vai foder teus miolos, parcearo!"
Em contraponto a anterior, foi planejada para ser executada no
mais alto nível de decibéis que o som do seu aparelho permitir.
Victimized não alcança 120 segundos em sua minutagem, mas é fatal
e arrepia a quem estiver ao seu alcance, seja um adorador do estilo ou não.
8. ROADS UNTRAVELED
A melodia serena regida
por sinos, inicialmente, fará você pensar que a canção o levará
a um sono profundo. Somente até o momento em que surge, quase aos
sussurros, uma interpretação hipnotizante de Mike Shinoda, que
prepara o terreno para Chester Bennington num refrão surpreendente.
Como pode um homem dizer tanto num refrão que possui apenas uma
letra? Os vários tons de "Ôõõ... Ôõõ-õ...õõ Ôõõ...
Ôõõ-õ...õõ Ôõõ... Ôõõ-õ...õõ" vão levar você a
qualquer lugar, menos ao sono. Roads Untraveled é lenta e poderosa!
9. SKIN TO BONE
Inesperada. Uma música
que foge ao estilo de tudo o que o Linkin Park fez ao longo de toda a
sua existência. Mike Shinoda permite um repouso momentâneo a
Chester Bennington e assume os vocais numa performance entorpecente... Viciante. Me arrisco em dizer que esta foi a sua melhor
interpretação em toda a sua carreira (inclua a Fort Minor nessa
afirmação). A monossilábica crescente ao final do refrão agrada,
contagia e se faz arrepiante. Ao final de seu primeiro contato com a
canção, você estará repetindo o A-ah-ah e terá uma nova certeza:
Skin To Bone não veio para figurar entre um álbum com canções,
mas para ser o Single da próxima estação.
10. UNTIL IT BREAKS
A primeira escutada, Until It Breaks levou direto à canção Wretches And Kings do álbum anterior A Thousand Suns, mas soa ao nu metal e é dona de
um arranjo seco, cortante, tal qual os dois primeiros álbuns. Por isso, de todas, é a que mais remonta ao passado da banda por seu estilo rap na interpretação. Contudo, não se engane... a influência da experiencia se faz presente.
11. TINFOIL
A única musica
instrumental de todo o CD se revela tão fundamental quanto qualquer outra. Não há uma letra ao longo dos ligeiros 62 segundos, mas não duvide do poder que esta
possui. Pois Tinfoil evolui numa melodia crescente a.vas.sa.la.do.ra que a torna a mais tocante e emocionante. Ela bate fundo, numa explosão musical que puxa pra fora sentimentos adormecidos enquanto se faz ouvir. Provocando uma turbilhão de sentimentos que
crescem de acordo com as notas do teclado e guitarra, e preparam você
para a maior canção de todos os tempos já cantada pelo Linkin Park:
Powerless.
12. POWERLESS
Ao inicio desta, você
está como a banda pretendia: com a emoção a mais de mil pelo
instrumental anterior. Eis então que se depara com a mais foda,
insuperável e arrepiante de todas as canções. Foda em todas as
suas nuances, eles (os integrantes) estavam afinados e inspirados
quando pensaram na letra e elaboraram a melodia. Tudo aqui possui
força, verdade e alcança o íntimo de quem ouve, de forma a querer
viver essa emoção mais e mais vezes. Powerless é, de longe, o
momento mais icônico desta nova fase da banda. E os fãs, com real
certeza, agradecerão aos responsáveis por não terem deixado um
momento de inspiração como este passar. Como resultado deste
momento de inspiração, te garanto que, quando o Powerless que dá
título a canção se fizer ouvir no grito final de Chester... A
emoção vai continuar, e num grau que
vai duplicar sua vontade de vivê-la mais uma vez. E então,
meu amigo, esteja preparado. Porque você VAI vivê-la!
O álbum tem lançamento previsto
para 26 de Junho de 2012.
Muito bom trabalho! Disse exatamente tudo!
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirE saiba que eu tinha muito mais a dizer na época... tamanha era a loucura pela descoberta de casa música. Mas o argumento iria se estender por demais.
Parábens ao autor desta resenha. Para escrever essas palavras é necessário entender de música.
ResponderExcluirSó um pouquinho!
ExcluirObrigado pela presença, e pelas palavras.
Gostei dessa leitura das músicas, dá pra saber o que se esperar de cada uma delas. E que venha The Hunting Party!
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