6 de julho de 2017

HOMEM-ARANHA: De volta ao lar

É o universo do Homem-Aranha que conhecemos, bem diferente do que conhecemos.

Eles poderiam ter nos poupado de diversas cenas de ação distribuídas aleatoriamente ao longo da extensa lista de trailers. Mas eles, ao menos, nos pouparam de todo o universo que envolve o Peter Parker, e isso garantiu a diversão, tensão e expectativa de todo o longa.

A ação está impecável, o desenvolvimento dos personagens, também. Destaque para o inesperado Adrian Toomes cheio de personalidade do Michael Keaton.

Tom Holland é mesmo a escolha perfeita para trazer à vida as duas facetas de Peter Parker. Sem desmerecer quem veio antes, ele está sob medida na pele de Peter Parker, e promissor quado falamos apenas do Homem-Aranha.

Salvo as devidas atualizações na adaptação do universo quadrinístico, o fôlego novo que quiseram garantir à franquia é também seu grande pecado. Porque tirar de cena ícones da história do personagem como Harry Osborn e Gwen Stacy só porque já apareceram nos filmes anteriores já é uma ideia que faz o nariz de qualquer um que conhece o universo original da adaptação torcer. Mas, quando, além disso, temos mudanças tão drásticas em personagens tão marcantes como Tia May e Mary Jane, mudanças essas que alteram até suas personalidades, um sinal de alerta se acende e então fica a sensação de que tem algo faltando ali. E o que falta ali é a familiaridade com o universo original conhecido.

Até aqui, não houve a máxima perfeição em nenhuma das adaptações do Homem-Aranha para as telas. Se nos filmes de Sam Raimi éramos capazes de sentir o cheiro da casa da Tia May, o caos da redação de J. J. Jameson e a angústia de Harry Osborn, tínhamos também uma roupagem péssima do Duende Verde e teias orgânicas. Se nos filmes do Garfield vimos o herói piadista que sempre quisemos e a melhor transposição do uniforme para as telas, tínhamos também um Peter qualquer vestindo este uniforme, e a bizarrice em cada vilão mal adaptado. O pecado, aqui, fica nessa falta. O filme foi tudo muito bom, mas sua qualidade não impediu que a falta da essência do universo que adapta fosse sentida.

Por fim, a presença de Tony Stark está perfeita. Happy Hogan é a melhor adição de seu universo no longa. E, apesar de ótimos, nenhum deles rouba a cena do protagonista.