21 de setembro de 2011

NAMOR: As Profundezas

ATLANTIDA: Mito ou Realidade?
 
Em busca dessa resposta, um grupo de homens crentes na existência do príncipe submarino embarcam numa viajem as profundezas do oceano, comandados por um cético no que diz respeito a realidade NAMOR.

Com uma abordagem inteligente a trama, Peter Milligan cativa logo nas primeiras páginas. Isso porque o grupo de cientistas, exploradores e estudiosos de todo o mundo que submergem em busca da resposta final para a existencia de Atlantida/Namor confere a trama um teor adulto no momento em que os intensos debates, onde conhecemos diversos pontos de vistas, muito bem fundamentados, devo dizer, que levam ao extremo personagens que aprendemos a gostar e confiar, desconfiando, se estabelecem nos discorrer dos paineis. O roteiro é muito bacana, e Namor quase não aparece. É um figurante de luxo em sua própria história. Mas as batalhas verbais dos que acreditam que Namor existe contra os que não acreditam são o motor que nos faz avançar a página seguinte.

Já Esad Ribic beira o inacreditável, tamanha é a qualidade do seu traço que o aproxima da nossa realidade. É impossivel encarar os personagens e não se surpreender ao encontrar em seus rostos expressões vivas que dispensam letras para evidenciar seus pensamentos. E foi dessas mãos talentosas que surgiram um momento iconico da HQ, numa imagem suspeita a primeira vista, onde Namor chega por trás de um dos tripulantes do submarino e toca seu trapézio com ambas as mãos. Que fique claro que o Mutante não está massageando aquele homem. O painel é uma das capas da edição, e uma metáfora para o mal da trama, reconhecido na figura do Príncipe Submarino, finalmente tocando o tripulante e se mostrando real.

O teor adulto estabelece o público alvo sem deixar dúvidas que essa HQ não é coisa de criancinha, mas feita para adultos. E o Namor, reconhecendo a expedição como uma ameaça a sua Atlantida, larga o braço e finaliza quase toda a tripulação do submarino.

Embora o protagonista não seja presença constante, e a trama não possua herói ou vilão estabelecido, pelo menos em pessoa fisica, há um duro embate ideológico, capaz de dividir opiniões e levar para fora das páginas os argumentos dos protagonistas, que faz da leitura um momento único. Experimente ler a HQ em simultâneo com um amigo e entenderá o que digo. 

NAMOR: As Profundezas - de Petter Milligan e Esad Ribic:

Ótima Leitura.

7 comentários:

  1. Achei essa revista um desperdício da arte de Ribic. Chata do início da primeira página até o final da última. Se o Peter Milligan queria escrever um continho de terror podia ter tido a dignidade de não usar o nome de um personagem da Marvel pra isso. Porque só o nome do personagem mesmo que aparece nessa HQ. Coitados daqueles que compram esperando ler uma história com o Namor... tsc...tsc...

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    1. Respeito sua opinião.

      Pena que não tem um rosto, para dar dignidade a ela.

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  2. Você tem um rosto e nem assim isso adiantou...tsk, tsk...e vale lembrar que ninguém se DIGNOU a comentar ´por aqui também... rsrsrsrsrs

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    1. Putz! Pior que é verdade.
      Isso revela o meu profundo grau de solidão!

      Ainda bem que tenho voce, Poeta.

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  3. Muito bom o seu texto, Marcelo.
    Me fez querer ler essa HQ. Vou procurá-la e ver se a leitura será tão estimulante quanto suas palavras ao descreve-la.

    Seu blog é muito interessante. Não conhecia, mas agora, virei fã.
    Parabéns.

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  4. Uma das melhores histórias já feitas para o Namor, se não a melhor que já li até hoje, mesmo sendo fá de comics a quase 40 anos. A trama é muito bem elaborada e mostra uma faceta do Namor pouco explorada. Ele é um personagem que já pegou pesado várias vezes nas HQs, mas poucos fãs sabem disso. A arte é sensacional e deu a devida contribuição para que essa fosse uma das leituras mais prazerosas que tive recentemente.

    Parabêns por seu blog e pelo ótimo texto sobre a HQ.

    Abraços.

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  5. Eu já conhecia o trabalho do Peter milligan em X-Statix, em 2002, e ao ver várias críticas positivas sobre essa HQ eu fiquei curioso e fui atrás. ainda não li tudo, mas os desenhos são incríveis, e o conflito entre tripulantes é bem contruído, de forma a criar curiosidade em acompanhar o desfecho da história.

    Obs.: hoje em dia, com a facilidade em se encontrar informações na internet (como sinopses) só um completo imbecil compraria um encadernado sem procurar alguma informação sobre o mesmo.

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