10 de dezembro de 2011

CAPITÃO AMÉRICA: O Soldado Invernal

É a leitura que eu sempre quis e não sabia onde encontrar.

"Abalado pela dissolução violenta dos  VINGADORES, Steve Rogers se vê diante de estranhas lembranças de seu próprio passado, da época da 2° Guerra Mundial. Para piorar, o surpreendente assassinato do Caveira Vermelha trás à tona uma lenda da Guerra Fria. Mas quem é o SOLDADO INVERNAL?"

A premissa nada modesta foi o pontapé inicial articulado pelo escritor Ed Brubaker para reformular as histórias do Capitão América e  o que ainda lhe era desconhecido enquanto planejava cada intenção e palavras vistas nos quadros do primeiro arco  devolvê-lo ao panteão dos maiores heróis do universo Marvel. Enquanto leitor de Projeto Marvels: O Nascimento dos Super-Heróis, percebi que sua narrativa com forte característica policial era capaz de conquistar na primeira leitura. Em Soldado Invernal, essa militância fica mais evidente e também a certeza que este gigante da escrita não é adepto a fórmulas e se reinventa de acordo à trama que deseja contar. E assim, mais uma vez, Ed Brubaker me surpreendeu. Pois o Capitão América não é o personagem mais popular dos heróis, mas é, certamente, o mais icônico. E o ícone que nos remete ao personagem é a Bandeira Americana (EUA). Algo que poderia conferir ao herói forte repulsa longe das Américas. Poderia!!! O que as habilidades de Brubaker como escritor não permitiram. Bandeiroso ao extremo, em momento algum a vestimenta ofuscou o homem por trás do escudo.

Militante por natureza, Steve Rogers é um homem que não caminha por linhas tortas e não teme o combate. Dono de uma história tão trágica quanto marcante - me arriscando em dizer que possui a mais rica e interessante de todo universo MARVEL. São inúmeros os fatos que, independente do escritor que compõe a trama, se repetem para não corromper a força do clássico que se fez eterno: O jovem franzino. A ameaça Russa. O Infiltrado. O soro Super Soldado. A morte do Dr Erskine. E, fechando com chave de ouro, o congelamento de Steve Rogers na longínqua década de 40 para, deslocado, acordar nos dias atuais, fora de seu tempo e com a certeza que perdeu todos os que lhe eram importantes. Poderoso, não? Mais poderoso ainda é quando a maior das certezas escorre como areia fina na palma das mãos e Steve descobre a possibilidade de se ver diante de uma realidade que já habitou a sua, assombrando suas memórias e fazendo-o questionar a verdade por trás dos fatos, indo de encontro a lenda que acaba por se revelar real, mas tão, ou mais, perturbada quanto ele um dia foi.

A trama é pontuada por presenças marcantes de personagens como Nick Fury e Sharon Carter, aliados de Steve. Como também de seus inimigos Ossos Cruzados, Caveira Vermelha  que se faz presente mesmo assassinado ao final do primeiro volume  e Aleksander Lukin. Figuras intelectualmente interessantes que eleva o nível da trama e, ao final da leitura, muito dela fica em nossa mente. Pois a ligação que existe entre os personagens, e falo sem identificar lados,  é o que acredito jamais escapar de nossas memórias por ser a força motriz da estória. Mas falar de qualquer detalhe relacionado a trama e não mencionar as trocas de olhares entre os personagens, os sorrisos de canto de lábios e olhinhos virados evidenciando reações, seria o maior dos erros. Pois Steve Epting possui uma visão um tanto cinematográfica para compor em arte desenhada a arte escrita de Ed Brubaker, e inunda as páginas com espetáculos que agradam aos aos olhos mais exigentes. São incríveis os momentos que escolhe para representar o movimento do Capitão América arremessando seu escudo. Só faltou a sonoplastia para me sentir na sala do cinema assistindo "O Primeiro Vingador" em cada arremesso.

CAPITÃO AMÉRICA: O Soldado Invernal - de Ed Brubaker e Steve Epting:


Leitura Indispensável.
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