17 de dezembro de 2011

BATMAN: A Piada Mortal

De uma genialidade que estabelece um altíssimo padrão de qualidade.

Gênios assustam por serem complicados demais ao falarem coisas que nós, meros mortais (não se ofenda se você for um gênio), não somos capazes de compreender mesmo com a mais completa explicação. Gênios são seres incompreendidos. Gênios são loucos, barbudos e de cabeleira avantajada que se isolam da sociedade pela repulsa a ideia de se moldar a fôrma. Mas gênios não existem nos dias de hoje. Ao menos no plural, não. Pois, nos anos 50, toda a cota de gênios da promissora geração, ao que parece, tomou um só corpo.

O corpo de ALAN MOORE!

Sabe aquela regra: "gênios falam coisas que mortais não conseguem entender"? Ela é falha. Pois quando o gênio é mestre da escrita, fala de forma a não deixar dúvidas e é perfeitamente compreendido. E esse gênio foi capaz de criar a trama mais assustadora que tive o prazer de ler, com o herói mais foda-pra-caralho que tenho a honra de chamar de favorito, em míseras 43 páginas. . . e – segure o queixo – com início, meio e fim. E mesmo com o espaço reduzido que poderia não garantir tempo para que nos rendêssemos a intenção da trama, nós nos rendemos.

Mas o que eu estou falando?! Uma trama que envolve figuras lendárias como BATMAN, CORINGA e ALAN MOORE ja nos faz esperar um enredo memorável que nos levará a um desfecho inesquecível, com uma alucinante sequencia de ação. Faz mesmo! Só que, destruindo toda e qualquer expectativa, o esperado momento inesquecível não acontece. . . Não apenas ao final da edição!, mas a cada virada de página, onde o inesperado está intimamente associado ao arrepio na espinha e uma puta vontade de invadir a HQ e tornar-se parte daquele universo, tamanha é a imersão que o texto e a arte nos provocam.

A premissa é muito simples: "Um dia ruim na vida de um homem".

E com essa pequena ideia Alan Moore faz um estrago na vida de muitos personagens e eterniza o arco de forma definitiva. Não entendeu o que quis dizer? Então leia a HQ e, ao se deparar com algo semelhante a frase "Um Dia Ruim", tente não associá-la a trama. Se você conseguir, meu amigo, me ensine. Se você não conseguir, vai me entender.

Pra finalizar com chave de ouro: a arte de Brian Bolland não compromete o texto, pelo contrário, é seu equivalente. Da quimera formada por traços, cores, diálogos e enredo surgiu um clássico eterno pela sua simplicidade, ao tempo que se faz complexo. Se existe alguma outra trama objetivando esclarecer a origem do maior dos vilões, me perdoe a falta de conhecimento, mas eu não sei. Sei apenas que, em qualquer caso que seja, este pequeno arco é sério candidato a jamais ser superado. Pois o legado de um gênio pode ser aperfeiçoado, mas jamais superado pelo simples fato de que, qualquer evolução, começou com sua iniciativa.

BATMAN: A Piada Mortal de Alan Moore e Brian Bolland:
 
Leitura Obrigatória.

2 comentários:

  1. Alan Moore é aquilo que as pessoas chamam de gênio incompreendido. Ao mesmo tempo em que é endeusado por muitos, é execrado por outros. Alguns dizem que ele impoe uma analise profunda nos seus personagens, oque eu concordo plenamente, porém outros dizem que ele não tem respeito pelos herois que trabalha, oque em alguns casos também concordo.

    De qualquer forma, Alan Mooore está gravado na história como um dos maiores escritores no gênero. E como diz o texto, acompanhado da arte fantástica de Briam Bolland fica ainda melhor.

    Abraços.

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  2. Eu, nesse momento, o estou endeusando. Não tenho bagagem para possuir uma visão definida deste cara, mas com o pouco que tenho ja o considero um dos meus ídolos da escrita. Sem falar que ele criou a obra que mais admiro até o momento no mundo dos Quadrinhos: WATCHMEN.

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