10 de abril de 2014

CAPITÃO AMÉRICA – O Soldado Invernal

"Pensei que você fosse mais do que um escudo".

Provocou Batroc. E Steve provou que o é. Provou com atitudes que o seu escudo é sim de suma importância para sua sobrevivência em ação, mas que é apenas um instrumento de trabalho. Pois o que faz de Steve Rogers o mais respeitado entre todos os heróis não é o escudo, a máscara ou traje do Capitão América, e sim o combatente de honra indefectível e coragem suficiente para peitar todo um exército quando sua tarefa se revela conflitante com as suas crenças. 

E ele enfrentou. Enfrentou com honra, bravura e muitos amigos dispostos a morrerem em luta pelos ideais que defende. E se ele é capaz de enfrentar um exército, imagina o que é capaz de fazer quando seu desafio se limita a enfrentar um perito em artes marciais... Batroc, naturalmente, não sabia quem estava provocando.

"Capitão América – O Soldado Invernal encontra Steve Rogers vivendo tranquilamente em Washington, DC e tentando se ajustar ao mundo moderno. Mas quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado, Steve se vê preso em uma rede de intrigas que ameaça colocar o mundo em risco. Unindo forças com a Viúva Negra, o Capitão América  luta para expor a grande conspiração enquanto enfrenta assassinos profissionais enviados para silenciá-lo a todo momento. Quando a dimensão da trama maligna é revelada, o Capitão América e a Viúva Negra pedem ajuda a um novo aliado, o Falcão. Contudo, eles logo se veem enfrentando um inimigo formidável e inesperado – O Soldado Invernal."

O filme acerta o tom já na primeira cena, quando apresenta Sam Wilson (futuramente o Falcão) em desvantagem numa corrida com Steve Rogers, numa passagem hilária que tem o intuito de reforçar o que foi esquecido em Os Vingadores: que Rogers é um super herói. Se lá foi esquecido sua força, velocidade e resistência sobre-humanas, aqui nos lembramos sempre que vemos o Capitão América em ação – quando se permite a tomar para si escolhas impensáveis a um ser-humano comum para escapar de situações que deixam em risco o seu bem-estar.

Ainda sobre o tom do filme, o que vemos nesse longa é algo inédito no MARVEL Studios. É um filme sério, que se leva a sério e trata seus personagens com ainda mais seriedade. Tudo aqui faz sentido. Aqui, tudo se encaixa. E essa harmonia incomum, acredito, foi o que permitiu a fiel reprodução do arco do Soldado Invernal na HQ de Ed Brubaker, casando o argumento com perfeição à trama original do longa-metragem em questão. Da caracterização a sua origem, o vilão é exatamente o que se imaginava enquanto leitor das páginas que figurava. Trata-se de uma reprodução fiel de uma HQ contemporânea. Mérito dos seus criadores, que desenvolveram uma trama tão expressiva que passou a frente de todos os anos da jornada do Capitão América e ficou em primeiro lugar quando considerado os caminhos a seguir em aventuras cinematográficas do Bandeiroso.

Por falar em vilão, aqui eles são muitos e realmente ameaçadores. Temos de tudo: da ameaça intelectual a física. e todas funcionam com tamanha naturalidade que nos faz temer pelos caminhos que a trama trilhará. Devemos considerar que se o universo cinemático do Capitão buscou as raízes mais fortes do universo Ultimate, o destino que o acometeu ali pode ser alcançado a qualquer momento nas telonas. Dá medo!, mas um medo que se abranda logo em seguida, graças a era digital, que já nos revelou fotos do set de filmagens de Os Vingadores 2, que conta com a presença do nosso herói.

O sabor amargo na adaptação da HQ se vê no mal aproveitamento de Sharon Carter, a agente 13. Parceira de luta e interesse romântico de Steve nas HQs, é aqui pouca coisa mais relevante que um objeto de cena. Embora seja compreensível que a agente perdeu para a Viúva Negra o seu lugar ao lado do Capitão América por não ser uma personagem estabelecida perante o público, fica-se o dissabor porque a competente personagem das HQs fora reduzida a alguém que não faz mais do que discordar quando não concorda. Nem mesmo o coração do herói a sobrinha do seu antigo amor se arriscou em conquistar. Sharon Carter fez muito pouco. Se o filme possui um elo fraco, certamente, a agente 13 encabeçará a lista. 

A surpresa ficou para uma citação honrosa, porém, inesperada, a saudosa banda nacional Mamonas Assassinas, logo na primeira sequencia (que foi citada acima), onde Wilson sinaliza uma canção que Rogers não pode perder e ele saca seu bloquinho, folheia as páginas de referências da história não vivida a pesquisar, até localizar a de bandas, onde podemos encontrar em letras escrita a próprio punho o nome MAMONAS ASSASSINAS.

Muito legal. Com certeza, que percebeu a referência jamais esperada em um filme Marvel ganhou um sorriso de sincera alegria.

Valeu a pena. E valeu porque CAPITÃO AMÉRICA – O Soldado Invernal é um filme que marca pelo inesperado. De sua trama madura, coesa, as largas referências ao Universo Marvel que se expande abertamente diante dos nossos olhos (ou vai me dizer que você perdeu a referência a Stephen Strange, o Dr. Estranho?)

Mas veja pelo lado bom... rever o filme não é uma opção. Quem o viu, saiu da sessão condenado a querer revê-lo por incontáveis vezes. Você vai perceber!
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