9 de fevereiro de 2013

LEX LUTHOR: Homem de Aço

"Mede-se o valor das escolhas de um homem por aquilo que ele abre mão para fazê-las"

É sempre mais interessante quando o psicológico está a frente do combate físico. Uma verdade absoluta. Verdade essa que Brian Azzarello, mais uma vez, traz a tona ao compor uma trama (a outra foi: Coringa) onde o adversário ícone de uma prata da casa é o protagonista da edição, seu status vilanesco inalterado, mas com a vantagem da estória ser narrada sob sua perspectiva, lhe garantindo uma empatia maior por testemunharmos o motivo interno de cada passo para alcançar o objetivo final.

"Superman já foi chamado de muitas coisas desde que veio a público: de defensor da verdade e justiça a maior escoteiro do mundo. Conseguiu tornar a si mesmo tão humano que quase todo mundo esqueceu que ele não é um de nós. Quase todo mundo.

Apenas Lex Luthor se opõe ao último filho de Krypton para fazê-lo se dar conta do que realmente é: uma perigosa ameaça a toda a humanidade. O fim da missão eterna de Luthor para deixar Superman a seus pés nunca esteve tão próximo..."

Em uma narrativa brilhante, uma cortesia já esperada do mestre Azzarello, Luthor deixa de lado as afirmações que visam estabelecer a sua inteligência e a expõe ao leitor em seu discurso, dissecando a humanidade em palavras verdadeiras, que, em algum momento, irão atingir a você, fazendo com que se sinta analisado pelo vilão, devaneando a possibilidade dele ter acesso a sua alma, receios, anseios... ao seu eu. Quando, na verdade, o que ele tem é uma mente inteligente o bastante para entender a humanidade como um todo, e definir as unidades em palavras certeiras e embasadas. Não há maneira melhor de deixar claro que estamos diante de um personagem inteligente. Não há!


A narrativa é brilhante, isso já foi dito, mas nunca parece ser suficiente quando se trata da simples grandeza de Azzarello. Mas não há narrativa que sobreviva sem bons personagens. Nem mesmo as brilhantes. É natural que, aqui, o foco se limite ao embate vilão vs herói, mas, dos coadjuvantes, uma personagem se destaca pela conexão dúbia com Lex  sua secretária, Mona   onde, o que se apresentou como uma relação profissional acabou por se revelar passional, alcançando a rejeição e finalizando na ruptura dessa relação instigante. Uma evolução interessante de se acompanhar. Mas não tanto quanto a paixão sincera de Lex por sua criação, Sasha. Uma robô humanoide, que acredita ser humana, mas que guarda um fado arquitetado por Luthor, que, quando se torna compreensível ao leitor, se torna também dubitável quanto a profundidade do mergulho do vilão na busca por desacreditar seus herói (secreto), e induzi-lo a abandonar nosso planeta.

Um espetáculo! Realmente um espetáculo!

Um espetáculo ricamente interpretado pelo traço de Lee Barmejo, outro gênio de sua arte, que agora se revela capaz de conferir sentimentos as silhuetas dos personagens. Um destaque nesse seguimento vai para as expressões lindamente definidas no rosto de Luthor em diversos momentos. Seja num riso apaixonado, num olhar dúbio, insincero, ou numa expressão de puro rancor, é sempre um momento de grande valia enxergar através de seus olhos e encontrar sua alma.

Porque nós podemos ver sua alma, Lex!


O encadernado Panini Books encadernado em capa 
cartão possui 132 páginas em papel LWC e
reúne as edições 1 - 5 da revista LEX LUTHOR: Man os Steel.
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