27 de outubro de 2012

HOMEM-ARANHA NOIR

Uma aventura descartável, mas incerta se realmente o é.

O selo Panini Books vem investindo com vontade nos encadernados da linha noir dos super heróis Marvel Comics, e essa novidade começou com o mais teioso dos super seres: o HOMEM-ARANHA.

Nova York, 1933. Quatro anos depois da quebra da Bolsa de Valores de Nova York. Os Estados Unidos vivem a Grande Depressão. O Duende é o chefe de uma quadrilha de criminosos que domina a cidade pela corrupção e violência. Peter Parker vive sua adolescência com os tios Ben e May, um casal de socialistas fervorosos que luta para melhorar a sociedade e impedir a exploração dos mais humildes. Amargurado com o brutal assassinato de seu tio, o jovem Peter encontra a chance de saciar sua sede de justiça ao ser picado por uma exótica aranha mística, que lhe confere poderes especiais. Agora, ele pode honrar o que seu tio lhe ensinou: "se aqueles que detêm o poder não são dignos de confiança, é dever do povo destituí-los".

A história é aquela que todo o mundo conhece, mas, apesar de ser poderosamente interessante, nem todos nesse todo se sente apetecido em ler/ver/ouvir. Sendo objetivo... No primeiro volume da linha noir do Homem-Aranha nada agradou. Dos desenhos ao texto, e também a jornada pela qual este texto passeia. Falando francamente?, tal afirmação é consciente de que muitos poréns a permeia, e um deles é a insistência da Marvel em recontar a origem de um personagem que todos conhecem como se fosse a sua. E esse porém leva a uma grande pergunta:

"Se todos ja conhecem essa origem de cor, por que contá-la outra vez?"

Some tal insistência a um fator pessoal, referente às duas leituras anteriores (Mitos Marvel e Homem Aranha: Com Grandes Poderes) narrarem exatamente a citada origem e ela ser encontrada nesta terceira leitura seguida do personagem e talvez se torne compreensível também a você a frustração que o conjunto causou, caso possua uma visão oposta ao conteúdo da obra. No fim, para este recem leitor do universo quadrinístico, ter em mãos diversos encadernados do herói alimentou a vontade antiga de ler suas histórias, e é claro que isso acabou por tornar massante ler por três vezes a mesma trama, e pode sim ter colaborado – como acredito que colaborou – para o tédio que HOMEM-ARANHA NOIR causou. E falo isso numa confusão de sentimentos, já que, ao buscar opiniões de outros leitores, em sua maioria, constatei que a afirmação oposta – que gostaram da jornada Noir – prevalecia e por vezes a pergunta que jamais terá resposta se fez valer... Pergunta que ficará para daqui a pouco, pois é hora de falar dos traços, cores e painéis.

De todas as afirmações que você viu no parágrafo acima, talvez – e nesse talvez começo a deixar clara a duvida quanto a (falta de) qualidade da obra –, o ponto mais duvidoso seja o referente a arte, ja que possui uma qualidade (in)questionável. O problema começa com todos aqueles marrons e cinzas prevalecentes na paleta de cores que não casam com o universo que conhecemos do HOMEM-ARANHA, onde tudo parece se firmar nas cores primárias e secundárias, e causa um impacto negativo a primeira folheada. O traço de Carmine Di Giandomenico é outra incerteza. Funciona belamente para os vilões – ótimamente representados e muito bem atualizados a época em que os fatos ocorrem –, conferindo-lhes a maldade que se espera ao encarar seus rostos; mas falha com nossos heróis quando se percebe que todos estão com a mesma expressão envelhecida e bruta, deixando tudo muito definido – ah, como sofremos! –, não permitindo espaço para nuances sentimentais. Com isso, só podemos confiar no que o texto impõe... ja que a arte não revela muito dos pensamentos que aqueles rostos escondem. Já o leiaute é um acerto definitivo e que muito favorece ao embelezamento das páginas na divisão dos painéis, e funciona.

Agora... linkando inicio e fim, volto àquela pergunta que se fez valer e ficou como gancho pra reta final da resenha:

"E se a leitura fosse iniciada muito antes das edições citadas, qual seria minha relação com a obra?".

Jamais saberemos! Mas saberemos que, como um todo, o que vi em HOMEM-ARANHA NOIR jamais iria inspirar a vontade de continuar nesse universo, e não inspirou. Não fosse o vicio/consumismo ao qual a Panini vem submetendo este pequeno escritor com encadernados de qualidade impar da linha Marvel e/ou DC Comics, que inspira a comprar quase tudo o que é lançado, sendo fã ou não do personagem título, HOMEM-ARANHA NOIR 2: A Face Oculta jamais estaria na estante. Mas está!, também foi conferido e em breve você poderá descobrir o que esta leitura provocou. Boa ou ruim? Iguais ou diferentes? Aguarde...


O encadernado de luxo da Panini Books possui
capa dura, 106 paginas em papel couché e
reúne as edições 1 a 4 da revista Spider-Man Noir.
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