9 de abril de 2017

13 Reasons Why

Impossível sair o mesmo depois do fim. 


O tempo das séries com temas juvenis que subestimam a audiência com suas narrativas mais preocupadas com a classificação indicativa que abordar a realidade da adolescência ficou para trás. 

Com personagens completos e singulares, a narrativa de "13 Reasons Why" é sincera, profunda e traz à tona o bullying, escancarando-o em som alto e estéreo, como nunca antes foi feito. Assim, indo além de promover uma discussão sobre o tema, a série é capaz de fazer o jovem se enxergar em qualquer um daqueles personagens, seja ele o agressor ou a vítima. É uma criadora de questionamentos internos. É um espelho angustiante que serve como grito definitivo para que se corrija o que se precisa corrigir. Tenha você se identificado com as dores de quem sofreu ou com os atos que pareceram brincadeira de quem rotulou, esse sentimento de reconhecimento é um sinal de que algo precisa ser feito para mudar os caminhos dessa história.

Tamanha relação entre arte e realidade acontece somente pela sinceridade com a qual o tema é abordado.

Sinceridade que permite a complexidade de todos os personagens que permeiam a história. História essa, deve-se pontuar categoricamente, que não deve ser entendida como uma batalha do bem contra o mal, ou algo sobre a mocinha contra os vilões. Enxergar esse universo de maneira maniqueísta o reduz e tira muito do peso argumentativo que se constrói desde o primeiro episódio. Aqui, falamos de uma história de gente comum, com a possibilidade de fazer qualquer coisa, até o bem e o mal. Mas, do alto do egoísmo e pânico de um, da ingenuidade e curiosidade de outro e da vontade que existe em todos de se afirmar, são capazes de brincadeiras que começam inocentes e culminam em humilhação publica e difamação. As vezes, até em extremos.

Corajosa, verdadeira, ágil e muito envolvente, 13 Reasons Why é para ser vista e revista, Com narrativa inovadora e um universo jovem e sedutor, é delicioso começar. Mas nem sempre foi fácil seguir adiante.
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