15 de setembro de 2015

A risada da Atena

De forçado, só as críticas a composição da personagem.

Parece que a tendência pôs-Babilônia é criticar o conteúdo do horário nobre da Vênus Platinada. E em tempos de opiniões enlatadas, basta um formador de opinião usar seus portais, sites ou blogs para ventilar palavrinhas em desfavor a isso ou aquilo, e aqueles que tem preguicinha de pensar assumem para si sílaba a sílaba e saem disseminando por aí suas baboseiras como se fossem raciocínios shakespearianos.

Risada forçada? Personalidade exagerada? Mas que nada. Composição perfeita da competentíssima Giovanna Antonelli. Mais uma, né?

A atriz foi mais fundo no intelecto de sua personagem do que aparenta sua superfície. Basta observar que os excessos de Atena se fazem apenas quando preciso seduzir suas presas. Em cenas de seu cotidiano com a dona da pensão onde vive, interpretada por Paula Burlamaqui, nos poucos momentos onde a vilã revela os traços da ambiciosa Francineide (seu nome de batismo), a atriz garante a personagem um tom de voz mais grave, numa composição cortante e obstinada. Fria até. Bem diferente de quando diante daqueles a quem escolheu para aplicar um novo golpe. Aí ela exagera na bajulação, nos contos fictícios de sua vida milionária, no tom de voz vivíssimo e contagiante, e na risada que vem gerando muitos acessos aos portais e blogs pela rede. É, porque uma das maneiras mais eficientes de atrair olhares para si é criticar o que está em alta.

E nesses tempos de caçadores de opinião, basta que uma personalidade se faça notar e os formadores logo tratam de criar seus enlatados e soltá-los pela rede.


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