Coragem, qualidade e uma brilhante
direção.,
J.J. Abrams criou LOST, Fringe e muitas
outras coisas. Mas, nas citadas, criou apenas o conceito, não
participando do desenvolvimento das histórias completas. Ainda
assim, o mérito pelo sucesso dessas séries sempre foi para J.J.
Abrams. Muito disso, claro, se deve ao nome poderoso que tem no mercado do entretenimento.
Apesar de o achar competente, um grande
diretor, jamais enxerguei essa mente genial toda que se vende por aí.
Foi então que assisti ao filme O
Despertar da Força, que recarrega as baterias para uma nova trilogia
da popular série Star Wars, e me deparei com toda a genialidade de
J.J. Abram bem diante dos meus olhos.
A trilogia dos recentes anos 00 é
prova inequívoca de que o sucesso do universo no cinema não é
capaz de ofuscar aos olhos dos fãs a falta de qualidade em seus
roteiros, e, independente do nome poderoso que ocupa a cadeira da
direção, o erro não seria perdoado.
Sabendo disso, Abrams brilhou e fez um
filme que muito remete a construção do original -- da parceria
entre homem e robô às forças escuras que perseguem o herói --,
mas confunde para o bem quando surpreende a audiência ao apontar a
câmera para aquela que se acreditava ser a coadjuvante fiel do
protagonista.
E quando a nova equipe começa a se
formar, a aparição de personagens do passado, que ressurgem como
lendas para estes, traz solides a equipe ao mesmo tempo em que faz a
ponte entre passado e presente. Agradando aos fãs de todas as
épocas, e fazendo um bem a narrativa que jamais poderia ser
alcançado sem suas presenças.
Ao lado da direção, outra grande
marca de O Despertar da Força é mesmo a coragem do roteiro. Escolha
nada óbvias, as vezes doídas, mas que se fazem certeiras quando se
pensa que esta é a primeira parte de uma história dividida em três
atos.
Um roteiro corajoso, que aposta no
presente sem deixar de aproveitar o melhor do passado, mas com um
alvo promissor em um futuro muito, mas não muito distante.